sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Não Sou Poeta

Não sou poeta, não sei rimar
Não tenho forma, só conteúdo
Escrevendo, exprimo o que sinto
Numa fuga desesperada de mim mesmo, em papel ou outro meio
Quando menos espero, despejo dor, alegria, tristeza, amor
Tudo o que me sufoca ou extasia
Se digo o que outros já disseram, não sei
Se as palavras já tem dono, não sei
Uma certeza eu tenho
O sentimento é todo meu.


Autor: Paulo Roberto Nascimento,

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Happy End

Pensar em você
Beijar você, amar você
Viver com você
Amor meu, você e eu
Me entender, te entendendo
Te cuidar, cuidando de mim
Olhar você, ter você em mim
Um filme com final feliz
The End
FIM...

Autor: Paulo Roberto Nascimento

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Um Texto Para Reflexão - Sobre os Nossos Filhos

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.
Texto publicado originalmente na revista Época, do dia 11 de julho de 2011.

* Eliane Brum é jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo)

Trabalhadores pela Paz

  Sou dessas pessoas admiradoras daqueles que lutam e lutaram pela paz e pela igualdade: Martin Luther King, Mahatma Gandhi, Nelson Mandela e outros.  Sem empunharem armas, mesmo com o sacrifício de suas vidas ou de sua liberdade, souberam abrir espaço para a conquista de melhores destinos para seus semelhantes.
  Li recentemente um artigo da revista Seleções do Reader's Digest onde Leymah Gbowee foi entrevistada.   Ela é uma das vencedoras do Prêmio Nobel da Paz 2011 - juntamente com a presidente de seu país - a Libéria - Ellen Johnson Sirleaf, e Tawakkul Karman, ativista do Iemen.  Leymah Gbowee, depois de ter o sonho de se tornar pediatra desfeito por uma guerra civil em seu país, tendo fugido e retornado tempos depois quando, após muito sacrifício, através de um programa do UNICEF, se tornou assistente social, passando a ajudar as vítimas da guerra e, posteriormente, viajando de aldeia em aldeia passou a organizar as mulheres de seu país, juntou cristãs e muçulmanas em torno de um objetivo: a busca pela paz e estabilidade na Libéria, culminando na eleição de uma mulher para a presidência do país.  Em um trecho de Mighty Be Our Powers (Que Sejam Fortes os Nossos Poderes), livro de memórias escrito por ela, que consta no artigo da revista, destaquei duas partes que me chamaram a atenção:
  A primeira:  "Mas juntar as mulheres cristãs e muçulmanas seria difícil.  Então, fizemos uma oficina.  "Escrevam os seus títulos nesta folha de papel", disse eu ao grupo reunido na sala.  "Advogada, médica, mãe, feirante.  Ponham os papéis nesta caixa."  Levantei uma caixinha de cartolina. "Viram? Estou guardando todos eles. Aqui não somos advogadas, ativistas nem esposas.  Não somos cristãs nem muçulmanas, não somos da tribo kpelle, loma, krahn nem mandingo.  Não somos nem nativas nem da elite.  Somos apenas mulheres."
  A segunda:  "E sabia que tudo por que passara me trouxera até aqui.  Levar as mulheres a lutar pela paz era o que eu queria fazer na vida."
  Na conclusão da entrevista, o entrevistador Dawn Raffel, pergunta:
  "O que quer que os leitores entendam com o seu livro?
  A resposta que ela deu cabe a todas as mulheres que se sentem subjugadas, aliás, a todos os seres humanos nessa situação:
  "Quero acabar com o mito das africanas de seios caídos carregando vasilhas de barro e com três crianças atrás durante os conflitos.  Quero acabar com o mito de que somos vítimas o tempo todo.  Mesmo como vítimas, sobrevivemos.  Somos mulheres fortes que passamos pelo inferno e ainda conseguimos nos manter de pé.  Onde quer que estejamos, podemos nos levantar.  Nada pode nos impedir de sermos o que quisermos."

Autor: Paulo Roberto Nascimento

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Oração ao Tempo - Interpretação maravilhosa da Rita Ribeiro

Oração Ao Tempo


Caetano Veloso

És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo, tempo, vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo
Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos
Tempo, tempo, tempo, tempo entro num acordo contigo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Por seres tão inventivo e pareceres contínuo
Tempo, tempo, tempo, tempo és um dos deuses mais lindos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Que sejas ainda mais vivo no som do meu estribilho
Tempo, tempo, tempo, tempo ouve bem o que te digo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso
Tempo, tempo, tempo, tempo quando o tempo for propício
Tempo, tempo, tempo, tempo


De modo que o meu espírito ganhe um brilho definido
Tempo, tempo, tempo, tempo e eu espalhe benefícios
Tempo, tempo, tempo, tempo
O que usaremos pra isso fica guardado em sigilo
Tempo, tempo, tempo, tempo apenas contigo e migo
Tempo, tempo, tempo, tempo
E quando eu tiver saído para fora do teu círculo
Tempo, tempo, tempo, tempo não serei nem terás sido
Tempo, tempo, tempo, tempo
Ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos
Tempo, tempo, tempo, tempo num outro nível de vínculo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Portanto peço-te aquilo e te ofereço elogios
Tempo, tempo, tempo, tempo nas rimas do meu estilo
Tempo, tempo, tempo, tempo

Para refletir no final de semana

Citações do livro “O vendedor de sonhos” de Augusto Cury


O objetivo fundamental dos sonhos não é o sucesso, mas nos livrar do fantasma do conformismo.

Quem não é generoso consigo mesmo jamais o será com os outros. Quem cobra muito de si mesmo é um carrasco dos outros.

A generosidade é um dos maiores sonhos que devemos difundir no grande “caos social”.

Generosidade é uma palavra que habita os dicionários, mas raramente o coração psíquico.

Só dorme bem quem aprende primeiramente a repousar dentro de si.

É possível fugir dos monstros de fora, mas não dos que temos dentro da mente.

Os egoístas vivem no calabouço das suas angústias, mas os que atuam na dor dos outros aliviam a própria dor.
Sou apenas um caminhante que perdeu o medo de se perder.

Os que vendem sonhos são como o vento: você ouve a sua voz, mas não sabe de onde ele vem e nem para onde vai.

O importante não é o mapa, mas a caminhada.

Não existem heróis. Todo gigante encontra obstáculos que o transformam em criança.

Se quiserem vender o sonho da solidariedade, terão de aprender a enxergar as lágrimas nunca choradas, as angústias nunca verbalizadas, os temores que nunca contraíram os músculos da face.

Nunca procurei meu filho e lhe perguntei quais eram seus temores ou suas mais marcantes frustrações.

Impus regras para eles, lhe apontei erros, mas jamais vendi sonhos de que sou um ser humano que precisa conhecê-lo e precisa ser amado por ele.

Nunca procurei um aluno que expressasse um ar de tristeza, irritabilidade ou indiferença.
Mas a vida me ensinou...

Somos criativos em excluir, mas inábeis em incluir.
Começamos a entender que, quando somos frágeis, aí é que nos tornamos fortes.

Não existem pessoas imprestáveis, mas pessoas mal valorizadas, mal utilizadas, mal exploradas.

O ser humano morre não quando seu coração deixa de pulsar, mas quando de alguma forma deixa de se sentir importante.

Aprenda que uma pessoa pode ferir seu corpo, mais jamais poderá ferir sua emoção, a não ser que você permita.

A vida se extingue rapidamente no parêntese do tempo. Vivê-la lenta e deslumbradamente é o grande desafio dos mortais.


Sem sonhos, os monstros que nos assediam, estejam eles alojados em nossa mente ou no terreno social, nos controlarão.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Ressurgir

O que mais grita dentro do meu ser...é o meu silêncio.
É ele que aplaca a minha ira, acalma meus instintos,
Percorre veloz e atento o labirinto dos meus pensamentos.
Mudo, me mudo, me transformo.
Na mansidão do meu tormento, no refúgio da minha alma
Ressurge o melhor de mim,
Renascido, amadurecido.

Autor: Paulo Roberto Nascimento

Alma Verdadeira

Se pareço Para uns, alegre Para outros, triste Para uns, fraco Para outros, agressivo Para uns, falso Para outros, sincero Para uns...