quinta-feira, 29 de março de 2012

Valeu, Ayrton!

O capacete amarelo se tingiu de rubro,

O Brasil se tingiu de negro.

O negro do luto.

Perdemos nosso herói.

Nunca mais veremos o capacete amarelo

Acompanhado por uma bandeira do Brasil.

Aquela bandeirinha do final da corrida

Que só ele carregava.

Marca registrada do seu amor por esse País.

Esse país que chora hoje por ele

E que não consegue crer que seja verdade.

Que não consegue crer na cena que marcou o dia.

Que foi vista e revista e revista...

A cena que nos levou o Senna.

O Senna que nos lavava a alma,

Nos enchia de esperança...

Não, não é possível crer

Que não ouviremos mais sua voz,

Não veremos mais seu sorriso,

Não ouviremos o tema da vitória.

Deus abriu os braços para o receber,

Ele achou que seu show aqui já estava completo.

Talvez, em alguma outra dimensão,

Ou talvez mesmo no céu,

Os anjos precisem ver seus dribles nas pistas

Porque apesar de terem asas

Não voam como ele,

Não flutuam como ele.

Quem sabe, em algum lugar,

Tenham inventado um veículo tão bom e veloz

Que só ele possa pilotar?

Ele se foi.

Mas aquele capacete amarelo e o dono dele

Jamais serão esquecidos.

Ele foi o melhor dos melhores.

Valeu, Ayrton!



Para Ayrton Senna da Silva, que hoje completaria 52 anos. Saudades imensas.




Autora do texto: Lucia Andrade, em 21 de março de 2012, publicado em sua página do Facebook. Vídeo extraído do You Tube, por Paulo Nascimento


quarta-feira, 21 de março de 2012

Folheando o jornal do dia 20 de março de 2012

Confesso que tenho a maior dificuldade de folhear o jornal diário, o que significa economia financeira já que não cultivo o hábito de comprá-lo, qualquer que seja ele. Por acaso, e só por acaso, um jornal do dia de hoje veio cair em minhas mãos e numa passada preguiçosa de olhos observei alguns destaques que comento a seguir:


O escândalo das propinas nas compras do setor da saúde – Aparentemente, o escândalo da denúncia motivou o cancelamento dos contratos das empresas denunciadas com a Administração Pública, provocou indignação geral, ameaças de investigação, instauração de inquéritos, a descoberta da ponta do iceberg, sugestão de uma central de compras, blá, blá, blá. Cai o pano... (suspense)... cenas previsíveis dos próximos capítulos e próximos escândalos.

O filho do bilionário atropelou um pobre ciclista – Imprudência da vítima que ousou atravessar na frente de um bólido, supostamente em velocidade dentro dos limites da lei, segundo relato do atropelador que, por meio do Tweeter, alegou abalo físico, psicológico e emocional para não ter prestado socorro à vítima, responsabilidade que ficou a cargo de algum de seus assessores. Chamou a atenção o fato do atropelador, mesmo após ter ultrapassado o limite de perda de pontos suficiente para não obter a carteira definitiva de motorista, continuar a dirigir – culpa dos computadores do Detran, os primeiros sob suspeita, os mordomos da atualidade.

Lá vai o João para o paredão – Como não assisto o abominável BBB, desde o primeiro, sem comentários... todos para o confessionário e como penitência: ajoelhados no milho – os telespectadores, bem explicado.

Vazamento de esgoto em Rio das Pedras x construção dos reservatórios subterrâneos para conter as enchentes na Praça da Bandeira. Descasos e providências dos nossos merecidos governantes.

Estudante paulista, suspeito de tentar roubar biscoitos, é morto a choques pela polícia australiana. Assim como Jean Charles, mais uma vítima da violência que ultrapassa fronteiras e não é exclusividade nossa.

Autor do texto: Paulo Roberto Nascimento

sexta-feira, 16 de março de 2012

O Tenor Italiano Andrea Bocelli

 

Na edição de março/2012 da revista Seleções do Reader's Digest, em entrevista a Danny Scott, o tenor italiano Andrea Bocelli fala das suas lembranças mais importantes: a sensação de liberdade da infância na fazenda da família, na Toscana; da primeira vez que ouviu a música de Mario Lanza e Mario Del Monaco, este último cantando O Sole Mio - "Foi muito forte, como se capturassem o meu coração"; das cavalgadas com o pai, Sandro, que amava os cavalos mas não os cavalgava por medo.
  Ele fala, ainda, da dificuldade de entender por que as pessoas gostavam de ouvi-lo cantar se ele não achava sua voz tão especial - "talvez o meu destino seja esse", passou a admitir.
  Aos 12 anos, em 1970, ganhou o primeiro concurso de canto e no mesmo ano ficou cego, fato que considera não ter diferenciado o seu modo de escutar a música, ou interferir na sua voz - "Se fosse verdade, todo cego cantaria bem, e todo cantor de ópera seria cego."
  Falou da importância dos conselhos da sua mãe na sua carreira para que cuidasse da voz quando ainda era jovem, da sua crença em Deus - "Deus me ajuda a compreender este mundo complicadíssimo em que vivemos", e da honra de cantar para o Papa João Paulo II, em 1994.
  Gravar Time to Say Goodbye, com Sara Brigthman, foi importante para a sua carreira: "De vez em quando surge uma música que inspira uma sensação especial em todo mundo.  Essa foi uma delas."
  Do amigo Luciano Pavarotti, diz sentir falta, pela educação, gentileza, inteligência e generosidade, apesar do temperamento.  Das críticas que o incomodavam no início, define:  "Ninguém é perfeito todo dia, nem mesmo os críticos."
  Completando a entrevista falou de seus filhos, que estudam música clássica e a liberdade de escolha deles quanto ao futuro na música ou outra carreira; da participação, em 2005, no programa Vila Sésamo; do seu medo de palco e de procurar não pensar na quantidade de pessoas que podem estar assistindo suas apresentações: " Na minha cabeça, somos só eu e a música".    

Autor do texto: Paulo Roberto Nascimento  

sexta-feira, 9 de março de 2012

Alma Nua

Nesta bela composição do Vander Lee encontrei muito do que acredito ser e ao completar meus 54 anos de idade reafirmo cada palavra desta música como um hino à minha vida e dedico aos amigos que tive, que tenho e que terei para sempre no percurso que Deus traçou como minha missão.



ALMA NUA - Vander Lee

Ó Pai


Não deixes que façam de mim

O que da pedra tu fizestes

E que a fria luz da razão

Não cale o azul da aura que me vestes

Dá-me leveza nas mãos

Faze de mim um nobre domador

Laçando acordes e versos

Dispersos no tempo

Pro templo do amor

Que se eu tiver que ficar nu

Hei de envolver-me em pura poesia

E dela farei minha casa, minha asa

Loucura de cada dia

Dá-me o silêncio da noite

Pra ouvir o sapo namorar a lua

Dá-me direito ao açoite

Ao ócio, ao cio

À vadiagem pela rua

Deixa-me perder a hora

Pra ter tempo de encontrar a rima



Ver o mundo de dentro pra fora

E a beleza que aflora de baixo pra cima

Ó meu Pai, dá-me o direito

De dizer coisas sem sentido

De não ter que ser perfeito

Pretérito, sujeito, artigo definido

De me apaixonar todo dia

De ser mais jovem que meu filho

E ir aprendendo com ele

A magia de nunca perder o brilho

Virar os dados do destino

De me contradizer, de não ter meta

Me reinventar, ser meu próprio Deus

Viver menino, morrer poeta



Alma Verdadeira

Se pareço Para uns, alegre Para outros, triste Para uns, fraco Para outros, agressivo Para uns, falso Para outros, sincero Para uns...