Era a tanajura do pedaço, não tinha prá ninguém. O seu derrière atraia os olhares masculinos cobiçosos e os comentários desdenhosos das invejosas de plantão.
Devido ao assédio constante na juventude gabava-se da sua beleza sem se dar conta de que o interesse geral era localizado em um ponto específico da sua anatomia.
Decorridos muitos anos, uma coleção de namorados, dois casamentos desfeitos, os efeitos da gravidade atuando no corpo, notadamente naquela área que foi motivo do seu sucesso de outrora, ali estava ela, esparramada no sofá da sala com um pote de pipoca no colo assistindo ao desfile de carnaval, um evidente espetáculo de belos corpos femininos seminus, de sinuosas silhuetas, procurando as câmeras de TV em busca do sucesso, mesmo que efêmero, pensando em virar "celebridade".
Ao seu lado, o atual companheiro se deliciava com a anatomia das mulheres, elogiando, dissimuladamente, a evolução das escolas de samba a fim de disfarçar seu real interesse.
Em surdo gemido, ela levantou-se com dificuldade apoiando-se em um dos braços do sofá. Aproximando-se da TV, fixando o olhar bem perto da tela, resmungou algo, talvez um palavrão. Aprumando o corpo e com ar vanglorioso, saiu a dizer, em voz alta:
- No meu tempo não tinha botox, nem silicone, era tudo natural!
Autor do texto: Paulo Nascimento
Imagem extraída do Google Image
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Jamais busquei você
Queria muitas coisas,
Me preocupava com o ter.
Não te conhecia,
Jamais busquei você.
Andava sempre ocupado
Querendo enriquecer,
Exibir minhas conquistas.
Nunca busquei você.
Minhas posses aumentavam.
Uma família criei.
Virei cidadão respeitável
Mas você jamais busquei.
O ter foi sempre importante.
Ignorava o Ser.
Tinha orgulho do meu império.
E nunca busquei você.
Ouvia muitos falarem
Do que os inundava o ser.
Achava tudo bobagem.
Pra quê buscar você?
No meu mundo muito sólido
Tudo começou a ruir.
E o sofrimento eu descobri.
Me negava a buscar você.
Quando perdi tudo o que tinha,
Incluindo o orgulho.
Vi que sabia chorar,
Que podia buscar você.
E ao me pôr de joelhos
Sem nada mais ter,
Descobri quem era o Ser,
Dentro de mim, meu Deus,
Eu encontrei você.
Autora do texto: Lucia Andrade
Me preocupava com o ter.
Não te conhecia,
Jamais busquei você.
Andava sempre ocupado
Querendo enriquecer,
Exibir minhas conquistas.
Nunca busquei você.
Minhas posses aumentavam.
Uma família criei.
Virei cidadão respeitável
Mas você jamais busquei.
O ter foi sempre importante.
Ignorava o Ser.
Tinha orgulho do meu império.
E nunca busquei você.
Ouvia muitos falarem
Do que os inundava o ser.
Achava tudo bobagem.
Pra quê buscar você?
No meu mundo muito sólido
Tudo começou a ruir.
E o sofrimento eu descobri.
Me negava a buscar você.
Quando perdi tudo o que tinha,
Incluindo o orgulho.
Vi que sabia chorar,
Que podia buscar você.
E ao me pôr de joelhos
Sem nada mais ter,
Descobri quem era o Ser,
Dentro de mim, meu Deus,
Eu encontrei você.
Autora do texto: Lucia Andrade
domingo, 20 de janeiro de 2013
Simples, só papel
Era só papel, sem vida, jogado em um canto, abandonado.
Alguém, necessitado de expressão, uma ideia, palavras soltas precisando de um sentido, dele se utilizou.
Como química, palavras jogadas imprimiram sentimentos represados,
Enclausurados nas masmorras do pensamento.
Em voo livre passearam pelo papel, libertas, sem censura.
Ecoaram medos, diversão, experiências vivenciadas ou fictícias, não importa.
Em avalanche, povoaram nossos pensamentos.
Asas condutoras da nossa imaginação, criaram ambientes para o nosso deleite.
Era só papel. Algo simples que teimamos não enxergar.
Uma vara de condão que toca e transforma vidas. Simples, só um papel.
Autor do texto: Paulo Roberto Nascimento
Música: Aquarela - Toquinho. Video extraído do You Tube.
Leia também: Registro de sonhos
Alguém, necessitado de expressão, uma ideia, palavras soltas precisando de um sentido, dele se utilizou.
Como química, palavras jogadas imprimiram sentimentos represados,
Enclausurados nas masmorras do pensamento.
Em voo livre passearam pelo papel, libertas, sem censura.
Ecoaram medos, diversão, experiências vivenciadas ou fictícias, não importa.
Em avalanche, povoaram nossos pensamentos.
Asas condutoras da nossa imaginação, criaram ambientes para o nosso deleite.
Era só papel. Algo simples que teimamos não enxergar.
Uma vara de condão que toca e transforma vidas. Simples, só um papel.
Autor do texto: Paulo Roberto Nascimento
Música: Aquarela - Toquinho. Video extraído do You Tube.
Leia também: Registro de sonhos
sábado, 12 de janeiro de 2013
Viagem pelo prazer
É só desejo, língua e saliva
O que o teu corpo cativa
Sussurros, movimentos, cadência sem freios,
Receios ou rodeios
A mente indecente mente, raciocínio ilógico... lógico!
Receios ou rodeios
A mente indecente mente, raciocínio ilógico... lógico!
O momento é do instinto, do toque, da sensação
O maestro é a mão ligeira e sensitiva
O toque dos dedos dedilhando a canção do prazer infinito
No finito tempo que nos desperta
Depois da convulsão
Ao aterrissarmos em pouso leve da breve viagem.
Autor: Paulo Roberto Nascimento
Depois da convulsão
Ao aterrissarmos em pouso leve da breve viagem.
Autor: Paulo Roberto Nascimento
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Porto Seguro
Luz que reluz
Um brilho sedutor
Na manhã cor de chumbo
Colorindo minhas retinas de um azul que só eu vejo
Acordo junto de ti
Livre a cada manhã
O bastante para o meu ser
Meu mundo real que imagino ao teu lado
Em mar bravio meu conforto
Minha rota segura
Minha âncora
Meu seguro porto
Autor do texto: Paulo Roberto Nascimento
Música: Pétala Djavan. Vídeo extraído do You Tube
Um brilho sedutor
Na manhã cor de chumbo
Colorindo minhas retinas de um azul que só eu vejo
Acordo junto de ti
Livre a cada manhã
O bastante para o meu ser
Meu mundo real que imagino ao teu lado
Em mar bravio meu conforto
Minha rota segura
Minha âncora
Meu seguro porto
Autor do texto: Paulo Roberto Nascimento
Música: Pétala Djavan. Vídeo extraído do You Tube
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Chuchu na serra
Escolheu a mais gostosinha
Com grau de escrúpulo zero.
Tentou botar na linha
Dançou um belo bolero.
Levou uns chifres na bagagem
O filho de outro tornou-se seu.
Ela adora uma viagem
Com o dinheiro que você deu.
Vê se te manca, Mané
Para de bancar o otário.
Fica remando contra a maré
Vai revistar teu armário.
Quando ela tá em casa
Tá sempre com dor de cabeça.
Toma um chá de simancol
Antes que o chifre apareça.
Entrega pro Ricardão
Deixa ele amargar o prejuízo.
Até o cara que entrega o pão
Se mandou, tem mais juízo.
Foi julgar pela aparência
E pegou o maior bagulho.
Agora chega de demência
E entrega em um embrulho.
Ao primeiro que passar
Ofereça como um diamante,
E se o otário levar
Seja mais esperto doravante.
Mulher de vitrine é manequim
Escolha uma de carne e osso.
Se ainda escolher mal assim
Vai afundar até o pescoço.
Bonitinha sem caráter
Fuja como o diabo da cruz.
Porque se deixar se enganar
Aí, meu filho, nem Jesus.
Autora do texto: Lucia Andrade
Com grau de escrúpulo zero.
Tentou botar na linha
Dançou um belo bolero.
Levou uns chifres na bagagem
O filho de outro tornou-se seu.
Ela adora uma viagem
Com o dinheiro que você deu.
Vê se te manca, Mané
Para de bancar o otário.
Fica remando contra a maré
Vai revistar teu armário.
Quando ela tá em casa
Tá sempre com dor de cabeça.
Toma um chá de simancol
Antes que o chifre apareça.
Entrega pro Ricardão
Deixa ele amargar o prejuízo.
Até o cara que entrega o pão
Se mandou, tem mais juízo.
Foi julgar pela aparência
E pegou o maior bagulho.
Agora chega de demência
E entrega em um embrulho.
Ao primeiro que passar
Ofereça como um diamante,
E se o otário levar
Seja mais esperto doravante.
Mulher de vitrine é manequim
Escolha uma de carne e osso.
Se ainda escolher mal assim
Vai afundar até o pescoço.
Bonitinha sem caráter
Fuja como o diabo da cruz.
Porque se deixar se enganar
Aí, meu filho, nem Jesus.
Autora do texto: Lucia Andrade
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