Postagens

O inusitado final do ano de 1976

 Final de ano, 1976... Naquela época, o último dia do ano tinha meio expediente e, por tradição, havia a chuva de papel picado, originada de documentos inservíveis devidamente rasgados ou de sobras, como confetes, produzidas pelos perfuradores de papel. Eu trabalhava em uma empresa localizada na avenida Rio Branco, no Centro da cidade do Rio de Janeiro. Durante a comemoração — janelas abertas no quadragésimo andar — apareceu, do nada, um paraquedas confeccionado com um saco de lixo azul, barbantes e, no lugar de um boneco, um objeto fálico feito de madeira. Sim, isso mesmo! O autor da façanha era o "faz-tudo" da empresa (eletricista, encanador, marceneiro, etc.). Um dos nossos colegas, com uma destreza singular, conseguiu arremessá-lo. Ao sabor do vento, o paraquedas começou a pairar sobre a avenida. No prédio em frente funcionava um banco famoso, que ainda existe. Vimos, morrendo de rir, uns caras chamando suas colegas para observarem o estranho objeto voador. Algumas mulher...

Trapaça ou lição?

Em uma das empresas onde trabalhei, durante o intervalo para o almoço, tínhamos o costume de jogar sueca, um jogo de cartas bastante popular. Não havia nada em aposta; era apenas entretenimento. Às vezes, alguns mais competitivos não se conformavam com certas derrotas, mas nada de mais acontecia. Em uma dessas ocasiões, eu estava jogando com um parceiro contra dois colegas, sendo que um deles era daqueles sujeitos metidos a esperto, sempre se vangloriando de suas vitórias. Ocorre que, ao final da partida, aconteceu a contagem de cartas para determinar a dupla vencedora. Eu, que tinha por hábito contar minhas cartas mentalmente e de forma rápida, observei que tínhamos perdido por dois pontos de diferença, mas aguardei a contagem do meu adversário, que contava alto e devagar, afirmando que haviam ganhado. Ao final, decepcionado, ele disse que tínhamos empatado, mas, como sempre fui um bom observador, notei que uma das cartas – um rei que valia quatro pontos – ele havia atribuído o valor ...

Alma Verdadeira

Se pareço Para uns, alegre Para outros, triste Para uns, fraco Para outros, agressivo Para uns, falso Para outros, sincero Para uns, sem graça Para outros, belo Para uns, comum Para outros, inconfundível A todos... uns e outros, Sem levar em conta seu julgamento Responderei com o mesmo sorriso permanente Que vem da minha alma, verdadeiramente. Autor: Paulo Roberto Nascimento

Letra e Música

Imagem
Eu era o dia Você a noite. Eu era a tinta Você o desenho. Eu era a letra Você a música. Eu era a rima Você o tom. Eu era o fogo Você a água. Eu era o ar Você a terra. Eu era o sol Você a chuva. Éramos o par perfeito. Um completava o outro. Tudo se encaixava. No entanto, Eu era a alegria Você a tristeza. Eu era o sorriso Você a lágrima. Eu era a certeza Você a dúvida. Eu era a verdade E você... Você continua sendo a mentira. Música: Ilusion.  Marisa Monte e Julieta Venegas. Vídeo extraído do You Tube.

Pessoas Sugestionadas

Imagem
Pessoas Sugestionadas Pessoas sugestionadas são mentes massificadas: Indivíduos que não têm força ou opinião, Nem o hábito de checar informação; Compram e vivem conforme o que é mostrado Na mídia, principalmente na televisão. São cidadãos que não têm vontade De agir segundo a própria consciência E conforme sua plena decisão. Sempre vão buscar e querer O que se mostra mais fácil: Que é o de agir e pensar De acordo com a multidão Por medo da tão temida exclusão. E por isso mesmo a opinião alheia Sempre será sua maior e invisível prisão; E ser massa de manobra Será sua grande e suprema premiação Autor do texto: Sidney Machado. Poema registrado no Escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional.                         Música: Comportamento Geral.  Autor: Gonzaguinha.  Vídeo baixado do You Tube Leia, também:  O Povo e o Polvo                 ...

Acerte o passo

Imagem
Começamos uma vida a dois Mas o agora ficou pra depois Pensava ter um amigo Vi que agora não conto contigo Na minha conta não existe fracasso É melhor acertar esse passo Dança comigo, senão você dança. Como um filme que termina sem graça Assim a nossa vida passa Não posso prever o futuro Mas não vou dar um tiro no escuro Precisamos encontrar um caminho Dança certinho ou sai de fininho. Dança comigo, senão você dança. Texto: Paulo Nascimento Maria - Acabou

Na casamata da tua mansão

Imagem
Teu carro é possante, Sua casa é bem legal. Você finge que ignora Que existe um mundo marginal. Que você, cidadão ilustre Dessa sociedade desigual, Fez questão de colocar à margem Mas ele tá invadindo o teu quintal. A sua ilha tá afundando. O mar de miséria crescendo. No meio do fogo cruzado É você quem tá morrendo. Na casamata da sua mansão, Nas barricadas do condomínio, Até quando vai impedir a queda Do seu poder em declínio? Invista em um belo cenário Cheio de luxo e riqueza. Construa seu império Sobre o aterro da pobreza. Não finja que o problema não é seu A bomba está prestes a explodir. A guerra já começou O que vai fazer pra impedir? Autora do texto: Lucia Andrade, publicado na página VAMUAÍ do Facebook.  Vídeo extraído por Paulo Nascimento no You Tube.