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Ser poeta

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Lembrando que no dia 21 de março foi comemorado o Dia Mundial da Poesia, presto uma homenagem aos poetas que colaboram com o nosso blog: Lúcia Andrade, Sidney Machado e Pablo Queiróz. SER POETA Ser Poeta é ser mais alto, é ser maior Do que os homens!  Morder como quem beija! É ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Aquém e de Além Dor! É ter de mil desejos o esplendor E não saber sequer que se deseja! É ter cá dentro um astro que flameja, É ter garras e asas de condor! É ter fome, é ter sede de Infinito! Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim... É condensar o mundo num só grito! E é amar-te, assim, perdidamente... É seres alma e sangue e vida em mim. E dizê-lo cantando a toda gente! Florbela Espanca, em seu livro Charneca em Flor, publicado em janeiro de 1931, um mês após sua morte, com sua poesia intensa e melancólica, expressa a poesia como um destino inevitável, uma vocação que consome e engrandece ao mesmo tempo. O poema enaltece a figura do poeta como alguém que sent...

PRIMEIRO BEIJO

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No fundo do quintal um tanque abandonado..... Calor de Maio nas primeiras chuvas.... Meio-dia de sol e de cigarras. Tão perplexa a lembrança chega através de um panejar de gaze........ Entre o teu rosto e o meu, primeiro, o dia, depois a sombra de uma laranjeira e depois o alarido dos pardais..... E depois...e depois... Uma gota de chuva como lágrima.... E depois....tua boca e nada mais.... Autor do texto: Pablo Queiróz, maranhense, morador de São Gonçalo - RJ Uma pausa para os comerciais... Sou afiliado Magalu, Mercado Livre e Shopee. Vamos fazer boas compras juntos? Fale comigo: (21)98519-7011 Parte das vendas é direcionada para a ONG Joinha Mundo Azul.  

Vai chover hoje?

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Saindo de casa para o trabalho, olho para cima e vejo o céu carregado de nuvens, o que me leva a calcular que, em vinte e cinco minutos, chegarei ao destino – trajeto a pé que faço diariamente – sem necessidade do guarda-chuva. Assim faço e, como ando ligeiro, sigo despreocupado.  Já estava próximo de chegar quando percebi o cenário: até então, meu trajeto contava com abrigos que me protegeriam da chuva iminente... ali, não! Não, não começou com respingos. Veio como um balde d’água de uma vez só, encharcando-me na hora, sem que eu tivesse oportunidade de correr. Continuei resignado, encharcado e revoltado até chegar ao local de trabalho, uma fábrica, e entrando no meu setor fui recebido pelos colegas com um coro de risadas, sendo que um deles se jogou ao chão, enfatizando ainda mais o ridículo da minha situação.  Esse colega providenciou um uniforme e botinas na CIPA para que minhas roupas secassem e, ao final do dia, eu pudesse voltar seco para casa. Desde então, passei a car...

PROFANAÇÃO

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Seria uma profanação o meu olhar sobre teu corpo, seria como mergulhar em um rio de águas límpidas e ter meus pensamentos poluídos. Seria como o peixe beijando a flor na água ou como uma cobra verde inocente se enroscando  no teu corpo. Assim eu sinto esse amor queimando e me consumindo e arranco queimando as palavras sussurrando para que tu não ouças: Te amo! Esse mistério que envolve meu amor e esconde dos teus olhos. Eu te percebo enquanto o sol nasce. As lágrimas descem. Amanhece profanando teu corpo e o sol me olhando....e eu te amando iluminado. Autor do texto: Pablo Queiróz, maranhense, morador de São Gonçalo - RJ Uma pausa para os comerciais... Sou afiliado Magalu, Mercado Livre e Shopee. Vamos fazer boas compras juntos? Fale comigo: (21)98519-7011 Parte das vendas é direcionada para a ONG Joinha Mundo Azul.  

Desafio entre gerações

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Tinha dezesseis anos, trabalhava no centro da cidade e à noite estudava.   Mas, em algumas quintas ou sextas-feiras acompanhava o tio - cinco anos mais velho - para um encontro com colegas de bar, a fim de beber umas cervejas e bater papo.  O bar era localizado na Rua do Rosário, onde ele já tinha conhecido os "ceguinhos" vendedores de bilhetes de loteria; um  jornaleiro italiano, seu Ângelo, que ensinava palavrões em sua língua natal; e outros personagens daquela fauna urbana.  Um detalhe inusitado: o dono do bar era português, botafoguense e se chamava César, um combo talvez inédito.  Seu tio se reunia ali com seu compadre, um mineiro alto e engraçado e um funcionário de uma loja lotérica daquela rua, com idade aparentando uns cinquenta anos.  Uma variedade de assuntos surgia naquele local, regada a cerveja e umas cachacinhas que os adultos entremeavam de vez em quando durante as conversas, além dos petiscos tradicionais. Em uma dessas ocasiões, o a...

CANTO MARANHENSE

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Nessa vida perversa e ingrata me misturo nas ruas com o povo e socorro minha lida com bravura e não peço pro rico nenhum pão Quem tentou nessa vida me dar rasteiras, Hoje vive rastejando pelo chão. Não respeito o homem de postura e nem fico lambendo as botas dele, seja rico, governo e ladrão. Sou um cabra destemido e maranhense que não teme vendaval, vento ou tufão. Quem tentou nessa vida me dar rasteiras, hoje vive rastejando pelo chão. Não acredito em promessas de políticos,  da mulher eu só quero o coração. Minha alma é firme e renitente, de poderosos não sou de beijar mão. Quem tentou nessa vida me dar rasteiras,  hoje vive rastejando pelo chão. Nessa vida já vi de tudo um pouco, vi bandidos de gravatas em avião, já corri léguas atrás de moças, já briguei e peguei cobra com a mão. Vi dinheiro sujo movendo céus e terra,  peguei em armas pra brigar com Lampião. Quem tentou nessa vida me dar rasteiras,  hoje vive rastejando pelo chão. Sou poeta cabra macho e repenti...

Na manha, também se ganha

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Tudo começou com um passe de calcanhar e de letra, desperdiçado pelo colega de time com um chute por cima do travessão. O lance chamou atenção, e logo veio o assédio do Campeão, o melhor time de futebol society da fábrica. A transferência aconteceu, e o Só Acredito Vendo perdeu sua revelação: o novato recém-chegado à fábrica. Curioso o fato de serem times do mesmo setor da fábrica, uma espécie de times A e B. Bom, nosso personagem sabia que, no time B, seria destaque, enquanto no Campeão teria chance de entrar em algumas partidas, visto o nível da equipe. E assim se deu. Ele entrava em alguns jogos, onde eram necessárias, principalmente, a velocidade e rapidez – suas melhores características. Uma de suas partidas de destaque foi contra o time da Manutenção. Estava no banco de reservas. O jogo comia solto entre duas equipes de mesmo nível, quando o adversário fez 1x0, ainda no primeiro tempo. Após o intervalo, decorrido um período sem que o empate acontecesse, o técnico do Campeão chamo...