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Mostrando postagens com o rótulo Autor: Paulo Nascimento

Jeitinho, a gente vê por aqui

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Trajeto Central x Itaguaí, onibus tarifa A, confortável, ar condicionado, um passageiro se levanta e puxa o sinal de parada próximo à subida de um viaduto, se aproxima do motorista e pede para que ele dê uma parada embaixo do viaduto.  Diante da recusa do condutor, alegando que sair do trajeto poderia causar-lhe punição da empresa, caso acontecesse um acidente ou enguiçasse, reclamou: - Mas todo mundo dá uma "descidinha" ali, Ao que o motorista retrucou: - Eu não sou todo mundo, meu nome é Peçanha! Chegando ao ponto, abriu a porta e o passgeiro desceu reclamando, xingando e ainda deu um soco na lataria do veículo.  Peçanha fechou a porta e seguiu viagem como se nada tivesse acontecido. Tendo como pano de fundo o "jeitinho brasileiro", que enxerga leis e normas como obstáculos, veremos mais um profissional do volante protagonizando esse embate: Linha 629, quase chegando a Irajá, seu destino final. Em um ponto, um casal de idosos deu sinal para o ônibus, que parou ate...

Desafio entre gerações

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Tinha dezesseis anos, trabalhava no centro da cidade e à noite estudava.   Mas, em algumas quintas ou sextas-feiras acompanhava o tio - cinco anos mais velho - para um encontro com colegas de bar, a fim de beber umas cervejas e bater papo.  O bar era localizado na Rua do Rosário, onde ele já tinha conhecido os "ceguinhos" vendedores de bilhetes de loteria; um  jornaleiro italiano, seu Ângelo, que ensinava palavrões em sua língua natal; e outros personagens daquela fauna urbana.  Um detalhe inusitado: o dono do bar era português, botafoguense e se chamava César, um combo talvez inédito.  Seu tio se reunia ali com seu compadre, um mineiro alto e engraçado e um funcionário de uma loja lotérica daquela rua, com idade aparentando uns cinquenta anos.  Uma variedade de assuntos surgia naquele local, regada a cerveja e umas cachacinhas que os adultos entremeavam de vez em quando durante as conversas, além dos petiscos tradicionais. Em uma dessas ocasiões, o a...

Na manha, também se ganha

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Tudo começou com um passe de calcanhar e de letra, desperdiçado pelo colega de time com um chute por cima do travessão. O lance chamou atenção, e logo veio o assédio do Campeão, o melhor time de futebol society da fábrica. A transferência aconteceu, e o Só Acredito Vendo perdeu sua revelação: o novato recém-chegado à fábrica. Curioso o fato de serem times do mesmo setor da fábrica, uma espécie de times A e B. Bom, nosso personagem sabia que, no time B, seria destaque, enquanto no Campeão teria chance de entrar em algumas partidas, visto o nível da equipe. E assim se deu. Ele entrava em alguns jogos, onde eram necessárias, principalmente, a velocidade e rapidez – suas melhores características. Uma de suas partidas de destaque foi contra o time da Manutenção. Estava no banco de reservas. O jogo comia solto entre duas equipes de mesmo nível, quando o adversário fez 1x0, ainda no primeiro tempo. Após o intervalo, decorrido um período sem que o empate acontecesse, o técnico do Campeão chamo...