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Mostrando postagens de janeiro, 2013

A Tanajura do Pedaço

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     Era a tanajura do pedaço, não tinha prá ninguém.  O seu derrière atraia os olhares masculinos cobiçosos e os comentários desdenhosos das invejosas de plantão.      Devido ao assédio constante na juventude gabava-se da sua beleza sem se dar conta de que o interesse geral era localizado em um ponto específico da sua anatomia.      Decorridos muitos anos, uma coleção de namorados, dois casamentos desfeitos, os efeitos da gravidade atuando no corpo, notadamente naquela área que foi motivo do seu sucesso de outrora, ali estava ela, esparramada no sofá da sala com um pote de pipoca no colo assistindo ao desfile de carnaval , um evidente espetáculo de belos corpos femininos seminus, de sinuosas silhuetas, procurando as câmeras de TV em busca do sucesso, mesmo que efêmero, pensando em virar " celebridade ".      Ao seu lado, o atual companheiro se deliciava com a anatomia das mulheres, elogia...

Jamais busquei você

Queria muitas coisas, Me preocupava com o ter. Não te conhecia, Jamais busquei você. Andava sempre ocupado Querendo enriquecer, Exibir minhas conquistas. Nunca busquei você. Minhas posses aumentavam. Uma família criei. Virei cidadão respeitável Mas você jamais busquei. O ter foi sempre importante. Ignorava o Ser. Tinha orgulho do meu império. E nunca busquei você. Ouvia muitos falarem Do que os inundava o ser. Achava tudo bobagem. Pra quê buscar você? No meu mundo muito sólido Tudo começou a ruir. E o sofrimento eu descobri. Me negava a buscar você. Quando perdi tudo o que tinha, Incluindo o orgulho. Vi que sabia chorar, Que podia buscar você. E ao me pôr de joelhos Sem nada mais ter, Descobri quem era o Ser, Dentro de mim, meu Deus, Eu encontrei você. Autora do texto: Lucia Andrade

Simples, só papel

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Era só papel, sem vida, jogado em um canto, abandonado. Alguém, necessitado de expressão, uma ideia, palavras soltas precisando de um sentido, dele se utilizou. Como química, palavras jogadas imprimiram sentimentos represados, Enclausurados nas masmorras do pensamento. Em voo livre passearam pelo papel, libertas, sem censura. Ecoaram medos, diversão, experiências vivenciadas ou fictícias, não importa. Em avalanche, povoaram nossos pensamentos. Asas condutoras da nossa imaginação, criaram ambientes para o nosso deleite. Era só papel. Algo simples que teimamos não enxergar. Uma vara de condão que toca e transforma vidas. Simples, só um papel.  Autor do texto: Paulo Roberto Nascimento Música: Aquarela - Toquinho.  Video extraído do You Tube.  Leia também: Registro de sonhos  

Viagem pelo prazer

É só desejo, língua e saliva O que o teu corpo cativa Sussurros, movimentos, cadência sem freios, Receios ou rodeios A mente indecente mente, raciocínio ilógico... lógico! O momento é do instinto, do toque, da sensação O maestro é a mão ligeira e sensitiva O toque dos dedos dedilhando a canção do prazer infinito No finito tempo que nos desperta Depois da convulsão Ao aterrissarmos em pouso leve da breve viagem. Autor: Paulo Roberto Nascimento

Porto Seguro

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Luz que reluz Um brilho sedutor Na manhã cor de chumbo Colorindo minhas retinas de um azul que só eu vejo Acordo junto de ti Livre a cada manhã O bastante para o meu ser Meu mundo real que imagino ao teu lado Em mar bravio meu conforto Minha rota segura Minha âncora Meu seguro porto Autor do texto: Paulo Roberto Nascimento Música: Pétala Djavan.  Vídeo extraído do You Tube

Chuchu na serra

Escolheu a mais gostosinha Com grau de escrúpulo zero. Tentou botar na linha Dançou um belo bolero. Levou uns chifres na bagagem O filho de outro tornou-se seu. Ela adora uma viagem Com o dinheiro que você deu. Vê se te manca, Mané Para de bancar o otário. Fica remando contra a maré Vai revistar teu armário. Quando ela tá em casa Tá sempre com dor de cabeça. Toma um chá de simancol Antes que o chifre apareça. Entrega pro Ricardão Deixa ele amargar o prejuízo. Até o cara que entrega o pão Se mandou, tem mais juízo. Foi julgar pela aparência E pegou o maior bagulho. Agora chega de demência E entrega em um embrulho. Ao primeiro que passar Ofereça como um diamante, E se o otário levar Seja mais esperto doravante. Mulher de vitrine é manequim Escolha uma de carne e osso. Se ainda escolher mal assim Vai afundar até o pescoço. Bonitinha sem caráter Fuja como o diabo da cruz. Porque se deixar se enganar Aí, meu filho, nem Jesus. Autora do texto: Lucia Andra...