terça-feira, 30 de agosto de 2011

Não estamos no Coliseu

No último fim de semana, tivemos dois acontecimentos que de alguma forma se relacionaram, aliás, de forma assustadora.
No sábado,  o UFC (Ultimate Fighting Championship), realizado no Rio de Janeiro, me chamou a atenção pelo fato de mesmo não sendo um apreciador desse esporte, estando em um restaurante com a minha mulher, ter observado as reações das pessoas presentes nesse ambiente aplaudindo cada ato de violência da luta que a televisão mostrava, pouco se importando com o ser humano que ali estava sendo submetido a pancadaria.  Nesse dito esporte um oponente pode socar o adversário na cabeça, mesmo caído, o que configura a possibilidade de um golpe mortal em qualquer momento.
No domingo, tivemos um clássico do futebol entre Vasco e Flamengo, dois clubes que, de alguns anos para cá, têm cultivado entre suas torcidas uma rivalidade exacerbada ao limite da guerra.  Ocorre que, em determinado momento, o técnico do Vasco, Ricardo Gomes, sentiu-se mal - o que posteriormente foi diagnosticado como Acidente Vascular Encefálico - sendo levado de ambulância para um hospital. Nesse instante, deu-se o absurdo de nítidamente se ouvir um grito uníssono de uma parte da torcida do Flamengo: Vai morrer, vai morrer, vai morrer... numa demostração da barbárie que estamos vivendo nos tempos atuais, onde a vida humana tem pouco ou nenhum valor.
Como é moda nas postagens de comentários na Internet aquela mãozinha com o polegar virado para cima ou para baixo, caracterizando uma impressão positiva ou negativa a ser indicada por quem lê a mensagem, parece que o inconsciente coletivo escolheu o polegar virado para baixo, nesse caso optando pela morte do adversário de forma análoga ao que acontecia na maioria dos espetáculos dos gladiadores no Coliseu de Roma.
Precisamos resgatar os nossos valores humanos mais dignos, antes que seja tarde.

Autor: Paulo Roberto Nascimento,

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