Bodas de Algodão

E assim ficamos nós,
Nas bodas de algodão.
Ou quase...
Tentamos tenazmente,
Mas não foi possível prosseguir.
Não juntos.
As pedras do caminho foram grandes demais,
Pesadas demais.
E assim ficamos nós,
Somente com recordações.
Lembranças dos tempos de amor e amizade,
Dos tempos de romance e saudade.
Saudade...
Nem isso nos restou.
Ficou só o vazio.
Sim, o vazio.
O amor se transformou em vazio.
A mutação foi gradativa e traiçoeira,
Assustadora e dolorosa.
E no fim, o que herdamos de tudo?
Ele, o infindável vazio.
E descobrimo-nos frágeis,
Tão frágeis quanto algodão,
O algodão das bodas,
O algodão que se desfez.


Autora do texto: Lucia Andrade, publicado na página VAMUAÍ do Facebook.
Vídeo extraído por Paulo Nascimento no You Tube.

Comentários

  1. Tristemente poético. Um desfecho sem consolo.
    Triste teus versos, mas de pura beleza.
    Bjssss

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  2. Obrigado pelo comentário, mas o mérito é da minha prima Lúcia Andrade, que participa conosco da página "VAMUAÍ", do Facebook. A autoria do poema é dela, eu apenas fiz um link com a música da Marisa Monte. Concordo com você, é triste mas é a descrição poética das bodas de algodão, que mudam ao sabor do vento.

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