Hoje eu só quero que o dia termine bem

A música Simples Desejo, de autoria de Jair Oliveira e Luciana Mello, soava em sua mente como trilha sonora da sua vida, pois achava “legal ficar sorrindo à toa... sorrir pra qualquer pessoa, andar sem rumo na rua”.

Naquela manhã ensolarada, de temperatura agradável, era só o que mais desejava — e a esperança lhe acompanhava, mas tropeçava em bons-dias não correspondidos. Ignorados, melhor dizendo.

Seguia pensativo sobre a falta de gentileza das pessoas e lembrou-se de que, há tempos, dirigiu-se a uma colega de trabalho com um sincero "bom dia", e a resposta veio azeda:

— Para mim, não está nada bom!

Surpreso, a única resposta que lhe veio foi:

— Para mim, quando não está, faço com que fique.

Desistiu de perguntar o motivo daquele azedume e dirigiu seu “bom dia” aos outros colegas, que foram mais receptivos.

Em outra ocasião, foi a vez de um amigo seu lidar com situação parecida — porém, com o humor sarcástico que era sua marca pessoal.

Chegando em um setor, alegre como sempre era, cumprimentou uma colega:

— Bom dia! Como você está bonita hoje!

A resposta veio como um míssil:

— Pena que eu não posso dizer o mesmo.

Sua defesa antiaérea contra-atacou:

— Ora, faz como eu... mente!
Os risos disfarçados dos colegas em volta denunciaram o vencedor da batalha.

De volta à realidade, desejou apenas que o dia terminasse bem.

Autor do texto: Paulo Nascimento, olhar e ouvidos atentos para transformar cenas comuns em crônicas com um toque de ironia e reflexão.




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