Vacila, mas é maneiro

Lá pelas bandas de Santa Cruz, fiz uma amizade de bar com um cara que trabalhava como cobrador em uma linha de transporte alternativo do local. Sujeito magrelo, bom de papo e divertido, apreciador de uma caninha com mel — cerveja era mais raro ele beber.
Sempre que se encaminhava para encontrar com o dono da kombi, que morava próximo à minha residência, tinha o costume de me acenar quando eu, na maioria das vezes, estava na laje do segundo andar, envolto em obras.

Ocorre que, em um final de dia, quando me encontrava no bar curtindo minha cerva gelada, ele adentra o local e, em alto e bom som, pronuncia:
— Ué, não estava em casa hoje mais cedo? Olhei lá para a sua laje e não te vi, meu camarada!

A clientela do bar concentrou o olhar em mim e eu, respirando fundo, pensando na resposta ao abusado, disse:
— Você deu sorte, meu amigo. Tem vezes que as pessoas não me enxergam na laje, porque eu posso estar abaixado, catando algumas das pedras britas da obra para tacar na cabeça dos que tomam conta da minha vida.

Risada geral e ele, meio sem graça, respondeu:
— Amigo, amigo... calma, eu só estava brincando.
— Eu também, mas fica o alerta. Pra não ter briga, vamos beber uma gelada, que é melhor.

Autor do texto: Paulo Nascimento



Uma pausa para os comerciais...

Sou afiliado Magalu, Mercado Livre e Shopee. Vamos fazer boas compras juntos? Fale comigo:

(21) 98519-7011





Comentários

Postar um comentário

Seus comentários e compartilhamento são sempre bem-vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

Apelidos

Equipamentos melindrosos (republicado)

O inusitado final do ano de 1976