Mui amigo!

 Vamos falar do melhor amigo do homem? Em algumas situações ele não demonstra ser tão amigo assim...

Na entrada principal de um bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, ficava o simpático Bar do Pará, cerveja gelada, uma mesa de sinuca e um karaokê que revelava ou destruía talentos. Na porta, um vendedor de churrasco e o cheirinho que atraía fregueses e também alguns visitantes de quatro patas em busca de uma boquinha. Seu Ciço, pernambucano baixinho, beirando os setenta anos mas ainda forte, era um dos fregueses que gostava de uma boa prosa com um palito de churrasco na mão e um copo de cerveja na outra. Distraído, não percebeu um dos cachorros de rua abocanhar seu petisco e correr para dividir o "roubo" com um parceiro.

- Danado! Eu que sempre dou um pedacinho a vocês, mereço isso? - esbravejou Seu Ciço.

Os dois larápios retornaram sem um pingo de vergonha, se sentaram próximos, encarando Seu Ciço com olhares pidões.

- Me roubaram e ainda querem mais? - disse o incrédulo pernambucano.

- Talvez queiram um guardanapo pra limpar a boca, disse outro freguês em tom de gozação, arrancando gargalhadas gerais. Seu Ciço, entre indignado e divertido, soltou um suspiro e olhando para os meliantes, disse:

- Amigo, né? Só quando convém, seus safados!

E pediu outro espeto. Afinal, entre um cachorro traíra e uma boa história, a noite ainda prometia.


Uma pausa para os comerciais...

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