A tanajura do pedaço
Era a tanajura do pedaço, não tinha pra ninguém. O seu derrière atraía os olhares masculinos cobiçosos e os comentários desdenhosos das invejosas de plantão. Devido ao assédio constante na juventude, gabava-se da sua beleza sem se dar conta de que o interesse geral era localizado em um ponto específico da sua anatomia. Decorridos muitos anos, uma coleção de namorados, dois casamentos desfeitos e os efeitos da gravidade atuando no corpo notadamente naquela área que foi motivo do seu sucesso de outrora, ali estava ela, esparramada no sofá da sala com um pote de pipoca no colo, assistindo ao desfile de carnaval. Um evidente espetáculo de belos corpos femininos seminus, de sinuosas silhuetas, seus sorrisos procurando as câmeras de TV em busca do sucesso, mesmo que efêmero, pensando em virar "celebridade". Ao seu lado, o atual companheiro com um copo de cerveja na mão, se deliciava com a anatomia das mulheres, elogiando dissimuladamente a evolução das escolas de samba a fim de disfarçar seu real interesse.
- Dez, nota dez! Essa Escola está perfeita.
Em um surdo gemido, com dificuldade, apoiando-se em um dos braços do sofá, assustando o gato preguiçoso que ali dormia, ela aproximou-se da TV e, fixando o olhar bem perto da tela, resmungou algo - talvez um palavrão.
Com ar triunfante, aprumou o corpo e saiu dizendo em voz alta:
- No meu tempo não tinha botox nem silicone, era tudo natural. Quem mandava no pedaço era eu!
Autor do texto: Paulo Nascimento.
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Amei!!!!!
ResponderExcluirMuito bom
ResponderExcluir👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
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