sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Pajem de Mim


Como pajem,
A ti dediquei cada momento de todos os meus momentos.
Bebi cada palavra por ti proferida:
As sãs e as que, nem notaste, abriram profunda ferida.
Talvez não compreendesses a minha dedicação,
Não ouvias meus sentimentos,
Os meus silêncios repetidos, meus mudos apelos.
Sem calor no leito, ou soluções no divã,
Feita a constatação procurei abrigo na minha solidão.
Perdoa-me, mas preferi sentir o frio da manhã
E ser pajem de mim mesmo.

Autor do texto: Paulo Nascimento

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