A balalaica do Gagarin

Enchi a cara de vodca

Em uma deprê de dar gosto.

Queria você de volta

Desesperada

E urgentemente.

Precisava me embriagar do teu gosto

Mas não tinha você comigo.

E depois de muitos copos

Da forte bebida russa,

Já não sabia onde estava.

Se o que bateu na minha nuca

Foi o Sputnik

Ou uma balalaica.

Alguma coisa eu ouvia,

E via tudo rodar.

O Lênin fazendo discurso?

Ou o Gagarin à aterrissar?

Caí de cara na Praça Vermelha.

Acordei no dia seguinte

Em uma tremenda Perestroika.

Sozinho, sem você.

Doutor Jivago sem Lara.

O copo caído no chão,

A cabeça explodindo de dor.

E o coração gelado,

Morto,

Afogado em um balde de gelo,

No gelo siberiano.

Autora do texto: Lucia Andrade

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